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Desafios e oportunidades no Comércio Exterior para 2023

O contexto global atual é tão desafiador quanto vulnerável. A previsão e desafios do comércio exterior em 2023 é de que o comércio e a produção sejam afetados, devido às incertezas causadas por fatores econômicos e questões geopolíticas.

No país, alguns fatores internos, como a complexidade do sistema tributário, a precariedade logística e dificuldades com infraestrutura são alguns agentes que impactam fortemente esse setor.

No que concerne às causas externas, a crise causada pelo COVID 19, seguido pela guerra entre Rússia e Ucrânia e as tensões entre as duas maiores economias mundiais, Estados Unidos e China, complicam o tabuleiro geopolítico e tecnológico comercial.

Apesar desse cenário, no entanto, em 2022 a Balança Comercial Brasileira alcançou a marca de US$ 334.463 milhões em exportações, o que demonstra um crescimento de 19,1% se comparado com o ano anterior, ainda, registrou superávit de US$ 61.761,3 milhões. 

Principais desafios para  o comércio internacional em 2023 e impacto no Brasil

Como sinalizamos anteriormente, alguns fatores de conjuntura internacional associados a algumas dificuldades internas tornam o setor  desafiador para o Brasil e prometem continuar causando impactos no país, como inflação, endividamento e desemprego.

Contudo, podem, também, revelar oportunidades para superação. 

John F. Kennedy em um discurso para estudantes sobre os perigos da crescente concorrência econômica, militar e política (1959) fez uma reflexão: “Junto com o perigo, a crise é representada pela oportunidade.” 

Tal reflexão pode ser recuperada, tratando-se de países que vivem momentos políticos e econômicos conturbados, como o Brasil atual.

  • Efeitos da COVID-19 

Dentre as consequências da pandemia da COVID 19 para o comércio exterior, podemos destacar: interdependência econômica, uma relação nem sempre simétrica e nem sempre benigna à nação, e a ineficiência e corte na produção e fornecimento de produtos estratégicos e essenciais, como fármacos e alimentares.

À vista disso, neste cenário de múltiplos impasses, o conceito de friend-shoring, ou seja, o comércio com nações amigas, pode ser explorada pelo novo governo em união com reformas importantes ao país e pode configurar uma oportunidade de aceleração econômica do Brasil.

  • Guerra da Ucrânia 

Somada aos reflexos da crise sanitária, a guerra entre Rússia e Ucrânia trouxe ainda mais instabilidade e implicações inflacionárias ao mercado global. 

A aquisição de matérias-primas importantes têm sido afetadas por diversos setores de produção, pois os países em conflito armado, combinados, são responsáveis pelas exportações de cerca de 29% do mercado mundial de trigo e milho.

No Brasil, o impacto se dá pelo fato de que a Rússia é o maior exportador global de fertilizantes, ao mesmo tempo em que, é um grande importador da carne brasileira .

A crise na cadeia de suprimentos internacional, sentida por empresas e consumidores, impacta a economia global, porém algumas alternativas podem atenuá-la. Por exemplo, o aumento da comunicação e cooperação entre as empresas e a diversificação da demanda de abastecimento.

De outro modo, esse apoio corporativo pode promover o desenvolvimento de novas tecnologias que visem reduzir o impacto futuro de novas intermitências.

Acordo Mercosul e a União Europeia 

O Acordo de Livre-Comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) ainda não obteve resultados conclusivos e um dos motivos seria a crise econômica na Argentina. Considerada uma das piores crises desse país, os impactos atingem também os demais integrantes do Mercosul, que inclui o Brasil, Uruguai e Paraguai.

A principal economia do bloco, o Brasil, tem o maior nível de exportação para o país vizinho nos últimos quatro anos. Contudo, a preocupação dos exportadores brasileiros, se dá pelo fato desse êxito coincidir com a instabilidade da Argentina.

O presidente atual, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pretende priorizar as tratativas para destravar o acordo, através do diálogo com a Argentina e Uruguai.

Relações comerciais com China e EUA

 

A China e os Estados Unidos são duas potências mundiais e são os principais parceiros comerciais do Brasil, porém, a China encontra-se melhor posicionada comercialmente na América do Sul, o que inclui o Brasil.

A desaceleração da economia chinesa, decorrente também de tensões políticas e comerciais com os Estados Unidos, afeta a balança comercial brasileira e o preço das commodities.

Embora não seja possível prever os desdobramentos dessa crise, sabemos que os riscos geopolíticos interferem fortemente nos movimentos de mercado.

Neste cenário, a estratégia que melhor defende os anseios e interesse nacional brasileiro por sua política exterior é o equilíbrio na relação com ambas potências. A exclusão de um em detrimento do outro não favorece um país da importância e relevância do Brasil.

Todavia, essa relação com a China e os Estados Unidos, não depende diretamente de uma ação do governo brasileiro.

EUA

Nos Estados Unidos, são proeminentes os sinais de recessão, o que pode refletir na economia global. Os balanços trimestrais de grandes bancos mostram a redução da atividade econômica, o que corrobora essa previsão.

Com isso, logra-se uma redução no comércio de exportação e, também, uma queda nos preços das commodities devido à redução da demanda.

Em geral, investidores procuram se proteger e buscam a segurança de economias fortes, aumentando a cotação do dólar e desvalorizando a moeda brasileira, neste caso.

China

Atualmente, em decorrência da pandemia da COVID 19 e com a nova política de COVID ZERO que levou a novos Lockdowns, a China recebeu duros golpes na sua economia: desemprego, baixos lucros e interrupções nas cadeias de suprimentos de produtos em todo o mundo.

Taiwan é responsável por 90% da produção mundial de chips e semicondutores, como exemplo, ela fornece para empresas como Apple, Nvidia e Sony. Sua produção foi reduzida no período de lockdowns, ao mesmo tempo, a demanda por esses suprimentos aumentaram.

Como resultado, a escassez de chips e semicondutores nos anos 2021 e 2022 impactou na produção de componentes eletrônicos mundialmente.

Práticas ESG

O padrão ESG é uma tendência de mercado. Trata-se do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG – Ambiental, Social e Governança, e corresponde às práticas ambientais e sociais no governo de uma organização. 

Esse tema tem grande relevância no comércio exterior, e vem sendo considerado uma tendência que contribui no contorno da crise. 

Segundo uma pesquisa da Global Reporting and Institutional Investor Survey da EY, uma das maiores empresas de consultoria e auditoria do mundo: “91% dos investidores pesquisados nas Américas disseram que a importância que eles dão ao desempenho ESG das empresas se tornou mais importante desde a pandemia de Covid -19”.

Cadeia de suprimentos

A cadeia de suprimentos ou Supply Chain precisou de adequação rápida, após seguidas crises no comércio exterior, iniciada, principalmente, na pandemia da COVID 19.

A crise geopolítica que instaurou um novo momento de insegurança econômica, tem dificultado a tratativa das empresas, considerando também a influência trazida pelas crises envolvendo China, Estados Unidos e Rússia.

Contudo, ações de inserção tecnológica podem contornar a situação. O uso correto do Big Data, por exemplo, permitirá a coleta ideal de dados dos fornecedores, alinhando informações vitais para o andamento logístico.

O blockchain visa a potencialização da cadeia de suprimentos, pois constrói uma rede entre os participantes da cadeia de  valor das empresas, auxilia e mantém o padrão de qualidade. Dentre outras tecnologias, como IA (Inteligência artificial e IOT (Internet das coisas).

No cenário vigente, o Supply Chain ajustado, aumentará os níveis de qualidade e afinidade com a demanda proposta pela empresa, melhorará o aproveitamento e reduzirá os custos.

Commodities em alta

Apesar de o ano 2022 ter sido considerado o pior para as commodities, sobretudo para o petróleo e o minério de ferro, motivado pela guerra na Europa, a política sanitária da China e sua  tensão com os Estados Unidos.

O preço das commodities tem apresentado um bom movimento neste ano, e isso motivou a alta do Ibovespa pelo 2º mês consecutivo.

No ano que se encerrou, a China estava inflexível com relação ao controle do COVID 19. 

Para esse ano, o processo gradual de reabertura da gigante chinesa puxou os preços para cima, e isso, mantém otimistas as perspectivas das commodities ao longo desses meses.

Como gerenciar os cenários de incertezas

O trabalho conjunto entre instituições privadas e públicas deve elevar a competitividade do Brasil, priorizando a adoção de estratégias que otimizam os processos comerciais e aumentar a competitividade e compliance das empresas

Por parte do governo, algumas medidas são essenciais para o gerenciamento deste cenário de implicações internacionais, por exemplo, desburocratizar o comércio, começando pela necessária reforma da estrutura tarifária do país em favor da competitividade brasileira.

A superação desses entraves é possível, porém exigirá um esforço significativo do novo governo e capacidade de negociação política, perícia na condução das questões de comércio exterior e inserção de novas tecnologias.

Como bem pontuou Osmar Chohfi, presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira (ABCC) em um evento online realizado pelo IRICE sobre as perspectivas do comércio internacional, “Trata-se de harmonizar as necessidades internas com as oportunidades externasInscreva-se em nossa newsletter para saber mais sobre comércio exterior!

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